quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Mestre "Zé do boné"

Como todos os portistas (e todos os amantes do futebol português) já devem saber, faz hoje 25 anos que faleceu José Maria Pedroto, conhecido simpaticamente no meio futebolístico como “Zé do boné” ou simplesmente “Mestre”.

Jogador nortenho que começou a carreira desportiva no Lusitano de Vila Real de Santo António, onde se encontrava a cumprir serviço militar. Depois vai para o Belenenses para a 1ª divisão, pois o seu jeito para o futebol não passou em branco. De seguida vai para o FC Porto e é lá que atinge o seu auge enquanto jogador. Alinhou no Porto de 1952/53 até 1959/60, onde conquistou 2 campeonatos (com os célebres Yustrich e Bella Guttman)e 2 Taças de Portugal.

Homem culto, teve sempre a paixão pela leitura (lia Miguel Torga, Ary dos Santos, entre outros) e por ser treinador de futebol. Talvez por isso tenha iniciado logo de seguida a carreira de treinador. Já enquanto jogador do Porto tirara o curso de treinador da Federação Portuguesa de Futebol e de seguida o muito prestigiado da Federação Francesa de Futebol. Em 1961 é campeão europeu (ou equivalente) pela selecção Portuguesa de sub-21. Depois de treinar Académica, Leixões e Varzim, chega ao FCP em 1966. Na época de 67/68 é despedido em conflito com a direcção. Assina pelo Setúbal e consegue excelentes êxitos a nível nacional e internacional. Depois passa pelo Boavista. Os adeptos do FC Porto sempre desejaram o seu regresso, o que veio a acontecer pela mão do então director desportivo Pinto da Costa. Corria a época 1976/77. Ganha a taça nesta época e é campeão nas 2 seguintes, terminando o jejum de 19 anos, quando foi campeão como jogador. A mistura explosiva destes dois homens do Porto e nortenhos convictos, que sempre lutaram contra o poder central de Lisboa (ficaram célebres algumas expressões de Pedroto contra "os roubos de igreja" a favor dos clubes de Lisboa, tal como o próprio dizia) começa a dar resultados e a ganhar inimigos. Entre eles, e um pouco inexplicavelmente, o presidente do FC Porto Américo de Sá, que despede Pinto da Costa. Pedroto despede-se com ele por solidariedade e assina pelo Guimarães. Regressa em 1982 já com Pinto da Costa como presidente. Mas não conseguiu qualquer campeonato. Uma Taça de Portugal e uma Supertaça e a final da Taça das Taças em 1984 (num jogo com muita batota contra a Juventus de Platini), são os últimos grandes feitos deste treinador em vida.


Esteve afastado do banco na época 83/84 em mais de metade da época e acaba por sucumbir à doença em 7 de Janeiro de 1985. Mas estará sempre ligado à história do futebol pela mudança que provocou no futebol português, à qual o povo do Norte e o Porto muito tem a agradecer. Hoje, Pinto da Costa ainda se mantém na liderança do clube, e o que vemos é um Super Porto que, nos últimos 25 anos, conquistou mais títulos que nunca e o poder central de Lisboa diminuiu… Pode-se dizer que muito disto foi graças a Pedroto que enquanto vivo mudou mentalidades e atitudes, e depois de falecer… obtiveram-se os resultados.

Embora nenhum dos autores destes blogue tenha sequer 25 anos de idade, só podemos dizer: "Obrigado Mestre".

2 comentários:

  1. Eterno.
    O FCPORTO que hoje vemos muito se deve a este enorme Senhor...

    Abraço
    O Tunel Dourado em http://carregaporto.blogspot.com

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