"Qual Peyroteo, qual Hernâni? E nem Eusébio, nem Futre, nem Figo, nem Cristiano Ronaldo... Artur de Sousa "Pinga", craque do F. C. Porto nos anos 1930 e 1940, foi o maior de todos.
Mas, por mais que se busque no Youtube, não há maneira de se encontrar um videozinho que seja para comprovar a convicção dos adeptos mais velhos, que o viram jogar na Constituição ou no Ameal e que se deliciaram com o maior talento dos primórdios do futebol português, perdido nos efémeros tempos da Rádio.
Mas a injustiça do que será a extemporaneidade de um futebolista genial só enriquece ainda mais o imaginário e o enredo épico de Pinga. Se fosse vivo, um dos maiores símbolos da antologia portista celebraria, hoje, o centésimo aniversário.
O F. C. Porto assinala a efeméride, com um rebusco ao baú das memórias.
Artur de Sousa "Pinga" não morreu em 12 de Julho de 1963, ainda antes de completar 53 anos. Só foi vencido pelo álcool e pela cirrose, segundo contam os registos da época, mas a obra do futebolista, tão vasta e valiosa, imortaliza-o entre os melhores de todos os tempos.
O melhor de todos, sem rival à altura, juram os mais velhos. «Foi um jogador fulgurantíssimo - verdadeiramente genial. Talvez o maior talento de jogador do nosso futebol. Tudo nele era prodigioso: a concepção, como a execução; a imaginação viva e riquíssima marcada na escolha do lance ou do toque subtil, ou a finta intencional e preconcebida, ou no pormenor em que revelava a sua grande inteligência prática, o profundo e exacto conhecimento do jogo e dos jogadores e até sentido artístico - de verdadeiro artista do futebol», escreveu a prodigiosa pena de Cândido de Oliveira, em Abril de 1945.
O elogio, nas colunas do jornal «A Bola», soava já a homenagem jubilar à carreira de Pinga. Um ano depois, a 7 de Junho de 1946, nos relvado do Estádio do Lima, o craque de 37 anos teve o jogo de despedida. Saiu a chorar, sob os aplausos do público e aos ombros dos colegas do F.C. Porto e dos da selecção nacional que lhe prestaram o tributo."
in Jornal de Notícias
Bem, e se o jornal A Bola elogiava um jogador do Nosso FC Porto, então acredito mesmo que Pinga foi o melhor de todos os tempos!
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