sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Os «animados» do costume

Trago-vos neste post alguns excertos do texto escrito pelo Nosso Presidente na mais recente edição da revista Dragões. O título escolhido para a edição da Página do Presidente foi: "Os «animados» do costume", em que Jorge Nuno Pinto da Costa nos delicia, debruçando-se sobre o diário desportivo da Travessa da Queimada (jornal A Bola).

Diz Pinto da Costa:

"Terminada que foi a pré-época do futebol português, vai iniciar-se a Liga 2009/2010.
«Animados» e até obcecados como sempre, com tudo o que se passa na Luz, (...) os «animados» vão construindo «animadamente» equipas europeias, encomendando faixas e fazendo contas às tiragens que se seguirão... Só que, às vezes, para não dizer com muita frequência, as coisas não são como os «animados» tanto ansiavam que fossem e os agora «desanimados» lá vão ficando à espera de um novo ano (...)"

"Mas para que melhor se possa compreender essa postura, que vem de longe, recordarei aqui dois episódios, por mim vividos pessoalmente.
O primeiro, quando não tinha atingido os 10 anos de idade e era então treinador do FC Porto, Cândido de Oliveira, que se encontrava hospedado no Grande Hotel do Porto, na baixa Portuense.
Um tio meu, amigo do Sr. Cândido de Oliveira, era habitualmente ali sua visita. Uma bela noite de sábado, levou-me consigo (...) Perto das onze horas chegaram ao Hotel dois amigos que aqui recordo com saudade, num tempo em que seria impensável o seu jornal tentar ajudar a excluir qualquer clube português das provas europeias. Eram Justino Lopes e Vítor Santos. Breve troca de cumprimentos e a pergunta saiu da boca de Vítor Santos - «Mestre, qual a tiragem para amanhã?»
A resposta, para mim, ainda hoje é elucidativa de muitos comportamentos que se seguiram:
«Se o Benfica ganhar em Braga, vinte mil, se perder... dez mil».
Outro episódio, este mais recente, ajudará a compreender melhor algumas capas do diário da Travessa da Queimada. Passou-se em Genève, no primeiro sorteio da UEFA para a época 87/88.
O clube da Luz ainda não tinha treinador, e após o sorteio, o então presidente, Sr. João Santos, perguntava aos jornalistas se não queriam saber quem era o novo treinador do Benfica. Respondido que sim, é dito «é o Skovdahl».
Perante o espanto geral, alguém perguntava ao presidente porquê o Skovdahl? A resposta surge pronta e esclarecedora... «É o treinador do Brondby, que só perdeu 1-0 com o Porto».
A gargalhada foi geral. Os enviados da Travessa da Queimada, Sr. Santos Neves e uma colega apontada como Fernando Mendes como tendo sido a anfitriã na sua assinatura pelo clube da Luz, não paravam de rir. A risota foi geral.
No dia seguinte, no jornal do Santos Neves, em grande título podia ler-se «Skovdahl, novo ERIKSSON», seguido de grandes elogios ao treinador. Por acaso, e só por acaso, o técnico durou três meses no Benfica!".

E para terminar, Jorge Nuno Pinto da Costa, sublime como sempre, diz:

"Posto isto, aqui vos deixo a minha mensagem em jeito de profecia:
Continuem na luta pelas vossas tiragens, que nós continuaremos a nossa luta por títulos e vitórias e, por muito que vos custe, orgulhosamente na UEFA CHAMPIONS LEAGUE."

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