quinta-feira, 30 de abril de 2009

O título invisível

"Mais do que os resultados, mas sem os desconsiderar, mais do que os jogadores que ajudou a valorizar, mas sem os esquecer, uma coisa que realmente sobressai na caminhada de Jesualdo em relação à de outros treinadores que também ganharam e formaram jogadores no FC Porto é a quantidade de rótulos que foi descolando: começou com o rótulo de benfiquista, prosseguiu com o de treinador defensivo, depois houve o rótulo de não passar dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Por cada camada da cebola que se foi descascando, renovou-se a desconfiança. E é também isso - mais do que o tabu em si, que desconfio não passar de folclore - que justifica a curiosidade de rever essa matéria junto dos adeptos. No fundo, é um convite a ler as duas páginas aqui em baixo. À boleia do contrato, chegou-se a uma espécie de acto de contrição. Há quem se penitencie com humor, mas há também, tomando a liberdade de interpretar o que disse Pôncio Monteiro, uma mensagem do género: «Professor, veja lá se não se esquece de descolar um rótulo que falta, o de não ganhar finais». Da Taça..."

Hugo Sousa, in O Jogo

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