Raúl Meireles chegou ao FC Porto no início da temporada 2004/2005 após cumprir uma excelente época no Boavista (onde fora formado).
O FC Porto acabara de se sagrar campeão europeu e de perder alguns dos seus jogadores mais importantes, obrigando o clube à contratação de vários jogadores. Algumas dessas contratações revelaram-se um fracasso, como aliás ficou explícito na classificação final do campeonato (terminámos em 2º lugar, a 3 pontos do 1º, uma posição que, ao contrário de outros "grandes", nos deixa totalmente desiludidos).
Raúl Meireles pareceu ser um desses fracassos, não se conseguindo impôr na equipa, fazendo até alguns jogos na equipa B, pensando-se que o empréstimo poderia ser a melhor opção. Com a venda de Costinha e Maniche ao D. Moscovo em Janeiro, Raúl permaneceu no plantel, e esteve presente em mais jogos, alguns deles como titular.
A época 2005/2006 começou bem para Meireles. Com Co Adriaanse no comando da equipa, o primeiro meio-campo do FC Porto era constituído por Raúl Meireles, Lucho e Hélder Postiga (na posição de 10). Mas numa altura em que se estava a impôr no 11 inicial, eis que Meireles se lesiona. Ibson e Paulo Assunção seriam as alternativas, tendo o treinador holandês optado por Paulo Assunção (Ibson era apontado como o trinco titular, mas o treinador assim não o considerou). Hélder Postiga teve alguns problemas com o treinador, acabando, em Janeiro, por ser emprestado ao St. Etienne, ainda a tempo de participar no Mundial da Alemanha nesse ano. O meio-campo do FC Porto passou então a ser constituído por Paulo Assunção, Lucho e Diego (substituiu Postiga). Mas eis que mais um jogador voltou a ter problemas com Co Adriaanse, desta vez foi Diego (acabou por ser vendido no final da época ao Werder Bremen). Simultaneamente, o treinador holandês resolveu passar de um 4-3-3 para um revolucionário 3-3-4, táctica esta que exigia uma maior segurança defensiva, tendo sido Meireles o escolhido para o lugar vago no meio-campo. Até ao final da temporada, o meio-campo foi brilhantemente constituído por Paulo Assunção, Raúl Meireles e Lucho. Houve até quem dissesse que Raúl Meireles merecia ter estado no Mundial desse ano.
No início de época 2006/2007, surgiram mais pontos de interrogação acerca da titularidade de Meireles. Obviamente que não pela sua qualidade, mas sim por um prodígio de 18 anos chamado Anderson. Lucho e Anderson tinham lugar cativo no meio-campo do FC Porto, restando saber quem iria ocupar a outra posição (Meireles ou Assunção). Jesualdo Ferreira (acabado de chegar), optou por uma rotação destes dois jogadores ou até pela inclusão de ambos, quando jogava em 4-4-2. Mas a grave lesão que Anderson sofreu no jogo frente ao Benfas e que o levou a estar parado durante meia-época, levou a que o FC Porto voltasse a utilizar o meio-campo da 2ª volta da época passada (Assunção, Meireles e Lucho). Nesta fase, Raúl era já claramente um médio-centro, jogando apenas circunstancialmente na posição de trinco.
A época 2007/2008 foi a época da plena afirmação de Raúl Meireles como titular do FC Porto. Com a venda de Anderson ao Man Utd por 33 milhões de euros (valor recorde em Portugal), não restaram dúvidas quanto à constituição do meio-campo. Assunção, Meireles e Lucho formaram um triângulo-maravilha durante toda a época, que ajudou o FC Porto a obter mais de 20 pontos de avanço sobre o 2º classificado. Foi com naturalidade que Raúl marcou presença no Euro 2008, tendo até marcado um golo frente à Turquia.
Na presente época voltaram a surgir as dúvidas relativamente ao meio-campo do campeão. Paulo pesetero Assunção abandonou o clube apenas e só por dinheiro, tendo o FC Porto a complicada missão de encontrar alguém para a posição de trinco. Para o meio-campo o FC Porto tinha como caras novas, Guarín, Fernando, Pelé ou Tomás Costa. Guarín começou por ser a 1ª opção para o lugar de 6, mas logo se viu que não seria a melhor hipótese. Pensava-se que Pelé iria assumir esse cargo, mas foi Fernando o escolhido. E foi numa má fase, em que o FC Porto estava mal posicionado no campeonato e quase afastado da Champions (como as coisas mudam!!!) que surgiu o melhor Meireles! Funcionou como um verdadeiro "bombeiro" às falhas por inexperiência de Fernando, e ao mau momento de forma de Lucho. Neste momento, Fernando está um "senhor-jogador" e "El Comandante" Lucho voltou ao seu melhor, o que faz do meio-campo do FC Porto uma verdadeira máquina. Raúl Meireles tem sido o jogador do FC Porto mais regular em toda a época, e é um dos indiscutíveis do 11 da selecção nacional.
Diz Luís Freitas Lobo: "Raúl Meireles faz parte de uma categoria de jogadores que, silenciosamente, colocam a máquina do onze em movimento. Eles são como a «caixa negra» da equipa onde fica gravada a estratégia treinada durante a semana e os segredos da vitória ou da derrota no jogo".
No última programa "Maisfutebol" da TVI24 discutia-se qual o melhor jogador do campeonato: Hulk ou Raúl Meireles? É difícil escolher.
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